O CIMI de Rondônia celebra 40 anos em defesa dos povos indígenas.

 

Missa na catedral de Porto Velho celebra os 40 anos do CIMI RO. 

Audiência Pública debate modificação dos limites do Parque Mapinguari. Reportagem sobre o fogo e a violência em Rondônia. A Liga dos Camponeses denuncia novos ataques da Polícia Militar e Força Nacional. Indígenas de Rondônia usam drones para fiscalização dos seus territórios. Diversas áreas indígenas podem ser "adotadas" por empresas sem consultar as comunidades. Operação da Polícia Civil no PA Nova Floresta de Campo Novo.


Sexta feira 10 de setembro de 2021, 
Audiência Pública debate modificação dos limites do Parque Mapinguari. 

Com presidência da deputada Joenia Wapichana, audiência pública debateu na Comissão de Meio  Ambiente da Câmara dos Deputados, em Brasília, a proposta de Lei de Alteração dos Limites da Parna Mapinguari (PL 11.133/18) A proposta se dá no contexto das modificações ao projeto original da Usina de Santo Antônio Energia, e a elevação da cota do reservatório, aumento realizada de fato pela usina. No debate estiveram presentes representantes da sociedade civil e dos atingidos, como o Professor Luiz Novoa, da UNIR;  Iremar Ferreira do Instituto Rio Madeira Vivo (IRMV), Chico Menezes. da COIAB, e Francisco Kevin MAB, além de representante governamentais e empresariais. 

Sábado 11 de setembro de 2021, 
Reportagem sobre o fogo e a violência em Rondônia 

Publicado em El País, reportagem mostra na situação da Terra Indígena Karipuna e a vizinha Reserva Extrativista de Jaci- Paraná, assinado pelo jornalista Gil Alessi e fotógrafo Avener Prado, apresentando o panorama de violência e destruição do município de Porto Velho, "a capital brasileira da queimada, que de janeiro a meados de agosto deste ano foi o município recordista em focos de incêndio dentro do bioma Amazônia."

Sábado 11 de setembro de 2021, 
A Liga dos Camponeses denuncia novos ataques da Polícia Militar e Força Nacional.

Em matéria no site Resistencia Camponesa, naquele que já é o pior conflito agrário do Brasil este ano, a LCP denuncia novos embates das forças de segurança contra os camponeses dos Acampamentos Ademar Ferreira - chamado agora de Área Ademar Ferreira, após os camponeses terem feito a autodemarcação e distribuição dos lotes de terras:  "Segundo relatos preliminares das famílias, nos dias 02 e 03 de setembro policiais da Força Nacional e PM em pelo menos 14 viaturas e apoiados por um helicóptero invadiram a área Ademar Ferreira, percorreram todas linhas, tocando o terror com fuzis apontados, insultando e ameaçando homens, mulheres e crianças." Denunciam abusos e violências, como terem atirado nas pessoas, roubado pertences, como motocicletas, que agora são usadas por pistoleiros das fazendas, envenenamento de poços, e detenção de seis camponeses e seis crianças, levados a Porto Velho e soltos na rua sem cargos.

Domingo, 12 de setembro de 2021: 
50 anos do CIMI de Rondônia

Na manhã de domingo foi celebrada a missa de ação de graças pelos 40 anos de serviço do Conselho Missionário Indigenista em Rondônia. Com presença de agentes e uma representação dos indígenas do Estado, Dom Roque, presidente nacional do Cimi, e Dom Benedito, presidente do Regional Noroeste da CNBB, presidiram a celebração. Quarenta anos de história e de presença solidária e respeitosa da Igreja no meio dos povos indígenas, que em todo o Brasil já está a caminho dos 50 anos em 2022

Quinta, 15 de setembro de 2021. 
Indígenas de Rondônia usam drones para fiscalização dos seus territórios.

Segundo informações divulgadas, indígenas de Rondônia das Terras Indígenas Uru Eu Au Au, T. I. Sete de Setembro, T.I Igarapé Lourdes e outros do sul do Amazonas tem participado de aulas de pilotagem de drone para auxiliar no monitoramento territorial. O curso foi ofertado pela Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, em Porto Velho, com financiamento da formação e dos equipamentos da ONG ambiental internacional WWF. Esta é uma das medidas de enfrentamento tomadas diante do aumento de invasores e grileiros nas terras indígenas, que não tem parado de aumentar nos últimos anos. O monitoramento por drone produz fotografias e localização que provam os ilícitos e reforçam a fiscalização. Após o treinamento um invasor já foi flagrado e preso pela Polícia militar graças aos equipamentos.

Sexta, 16 de setembro de 2021.
Diversas áreas indígenas podem ser "adotadas" por empresas sem consultar as comunidades.

Em dossiê apresentado pela FASE e pela Terra de Direitos, a programa ambiental de adoção de parques ambientais atinge numerosas comunidades indígenas e quilombolas, violando o direito de consulta da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)”. Segundo Brasil de Fato, das 132 unidades de conservação incluídas pelo governo federal no programa “Adote um Parque”, 15 estão sobrepostas a terras indígenas (5,38 milhões de hectares). Além do Lago de Cuniã, anunciado no lançamento do programa, em Rondônia três áreas indígenas são atingidas: A Terra Indígena Uru Eu Au Au, (72,500 h), ocupadas pelos amondawa, uru eu au au e outros quatro povos isolados, que está sobreposta ao Parque Nacional de Pacaás Novos. A Terra Indígena Igarapé Lourdes (13.000 h.) dos indígenas gavião e arara, que está sobreposta a Reserva Biológica de Jaru. E a Terra Indígena Massako (420,000 h.). de indígenas isolados, situada em Alta Floresta do Oeste, com área sobreposta a Reserva Biológica do Guaporé, que também acolhe a Comunidade Quilombola de Santo Antônio do Guaporé, que foi invadida pela Rebio e que ainda não conseguiu desmembrar legalmente o seu território tradicional.

Sexta , 17 de setembro de 2021
Operação da Polícia Civil no PA Nova Floresta de Campo Novo.
Sem acesso até agora aos resultados, foi amplamente noticiada a realização de operação policial sexta feira na área da Fazenda Morro Alto, área grilada pelo conhecido político Ernandes Amorim, ocupada por três associações independentes de pequenos agricultores, que não tem relação com a Liga dos Camponeses Pobres (LCP). Parte dos ocupantes desta área foram despejados em plena pandemia no começo deste ano, e dezenas das 200 famílias despejadas foram atingidas pela doença no período de mais virulência do Covid19 no Estado. Porém muitas conseguiram voltar quando o MPF e Defensoria conseguiram suspender a reintegração de posse de 180 famílias restantes, que tinham conseguido evitar a reintegração. A área em realidade é uma terra pública, onde tinha sido criado o Projeto de Assentamento Nova Floresta, porém onde não tinham sido assentados a maior parte dos lotes previstos por causa da grilagem. Atualmente o INCRA está em processo de regularização fundiária dos pequenos agricultores. Segundo informações dos posseiros, sexta foram presos vários madeireiros ilegais que atuavam na fazenda e roubando madeira da vizinha Terra Indígena Uru Eu Au Au.

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