Moradores caçados e criminalizados em Tabajara, Rondônia


Moradores do distrito de Tabajara, em Machadinho do Oeste (RO), afirmam viver um clima de medo e cerco na região da fazenda Maroins. Segundo relatos colhidos na comunidade, uma “caçada humana” teria se intensificado na terça-feira (16), quando vizinhos dizem ter ouvido um forte tiroteio após a circulação de diversas viaturas pelas linhas próximas.

De acordo com os moradores, pessoas identificadas por eles como supostos policiais encapuzados e integrantes de grupos armados privados estariam patrulhando a área, impedindo deslocamentos e gerando temor de prisões e mortes. As denúncias também mencionam a atuação de milícias associadas ao movimento Invasão Zero, fazendo “segurança privada” na região vinculada ao grupo Di Gênio — informação que, segundo os moradores, precisa ser apurada pelas autoridades competentes.

Ainda conforme os relatos, dois vizinhos que trafegavam de motocicleta por uma das linhas foram abordados na tarde de terça-feira. Um deles, que teria ido arrancar mandioca para alimentar animais, foi preso e teve a moto apreendida. Os moradores dizem que ele estava desarmado, mas teria sido acusado de estar portando arma.

O segundo homem, segundo vizinhos, fugiu em desespero, abandonou a motocicleta — também apreendida — e foi perseguido por uma área de pastagem. Moradores afirmam ter ouvido mais de 80 disparos durante a perseguição. Ainda segundo esses relatos, ele não foi atingido nem capturado.

Durante a noite, um dos homens chegou a ser dado como desaparecido. Moradores relatam que, nas buscas, foi encontrado apenas um boné e dezenas de cápsulas deflagradas. Somente pela manhã, segundo a comunidade, ele foi localizado já preso no presídio de Machadinho do Oeste, após horas de apreensão entre vizinhos que temiam um desfecho pior.

Em circunstâncias e relato policial parecido, no dia 20 de novrembro de 2025, também foram perseguidos numa verdadeira caçada humana, dois irmãos, Alex Santos Santana e Alessandro Santos Santana, resultando baleados e mortos por policiais, quando a operação de reintegração de posse já tinha sido anunciada como terminada.  Sem que tivesse nenhum confronto, segundo as famílias acampadas.

Os moradores também contestam agora a versão registrada em boletim policial. Eles afirmam que o local dos fatos é uma área de pasto, e não de mata fechada, e que as cápsulas deflagradas estariam concentradas na estrada onde ocorreu a abordagem. Vizinhos insistem ainda que nenhum dos dois homens possuía arma ou circulava armado.

As denúncias apontam, por fim, que o preso — apesar de, segundo eles, ter obedecido a ordem de parada e estar desarmado — passou a responder por acusações como porte ilegal de arma e disparo de arma de fogo, além de supostamente ter atirado contra policiais, o que a comunidade nega.




Ainda, a área da fazenda São Miguel, desmembrada da Fazenda Maroins, é uma das áreas de terras públicas da União que motivam a reivindicação de parte do imenso latifúndio  para assentamento de reforma agrária.

O acampamento que existia nas proximidades, situado fora da área da fazenda, continuou sendo atacada e destruído por policiais o dia 05 de dezembro, segundo mostram fotografias realizadas no local.






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