EM RONDÔNIA DESPEJO VIROU CAÇADA HUMANA.
Polícia Militar da tropa de
choque de Rondônia teria se responsabilizado da morte de pelo menos dois pequenos
agricultores baleados em Tabajara, Distrito de Machadinho do Oeste de Rondônia,
após uma reintegração de posse cheia de irregularidades, na qual 440 famílias
de sem terra tinham abandonado voluntariamente as ocupações da Fazenda Maroins,
da qual se dizem donos a família de médico paulista Di Gênio, fundador da
UNISP e das escolas Objetivo.
As primeiras informações começaram
a chegar à CPT RO às 20,22 na noite de hoje, 20 de novembro de 2025. Um grupo
de antigos integrantes do Acampamento Ipê foram perseguidos por diversas viaturas dentro da
propriedade de um terceiro, onde tinham se refugiado. Por sorte não foram
vistos apesar de passarem perto deles. Logo comunicaram terem sido atacados e vítimas
da perseguição.
Menos sorte tiveram outros pequenos agricultores, e às 21,14 horas foi comunicado para a CPT RO a morte de quatro pessoas.
"O Bope matou quatro pessoas aqui no assentamento em Tabajara, dois de novembro, alí matou quatro, nem trocou tiros nem nada, os meninos estvam saindo lá, meteu bala" "o Bope está matando pessoas e o pessoal nem estão revidando, estão matando pelas costas, estão virando o bicho aqui. Estou escondido, tem gente escondida. Está virado da begiva, batendo em mulher no meio da rua. Quem passa na rua estã batendo, matando. Está virando uma chacina"
Até o momento foram confirmadas as mortes de duas delas, o nome duma das quais seria Aleixandre. Segundo fontes locais, os dois corpos chegaram de manhã no Hospital de Machadinho, onde não era permitido ninguém chegar nem bater fotos. E teriam sido levados para Ariquemes. Há boatos que mais corpos estariam chegando no hospital
Oficialmente não se conhece
confirmação. Apenas um site fala de duas mortes em confronto com integrantes da
LCP. Segundo os acampados não tem ninguém da LCP nos acampamentos.
Video divulgado pelo BPChoque mostra imagens duma única garrucha como arma utilizada pelos falecidos em suposta troca de disparos, que segundo os acampados nunca teria acontecido. O cenário das mortes não foi preservado para perícia e os corpos foram levados para o Hospital como se não tivessem morto no local onde foram atirados. Ainda corresponde ao Ministério Público e Defensoria acompanharos exames de corpo de delito no IML dos corpos.
Estas informações foram repassadas para a Ouvidoria Agrária Nacional, para o plantão da Defensoria e para o plantão do Ministério Público de Machadinho.
O MP é responsável pelo controle das forças policiais. Tudo indica que houve uma verdadeira caçada humana dos antigos ocupantes da fazenda Maroins. Sendo que eles tinham se retirado voluntariamente das ocupações antes da chegada do Oficial de Justiça, na iminência da desproporcional operação policial.
É obrigação do Ministério Público exigir responsabilidades do comando policial e parar esta operação após ter cumprido os objetivos da ordem judicial de reintegração. Já houve muitas irregularidades no despejo, como a destruição de um acampamento situado numa chácara, fora da fazenda.
Caçadas
humanas dos integrantes da ocupação, após os mesmos terem saído das terras
objeto de reintegração, inclusive entrando em propriedades particulares sem
ordem judicial ou autorização do dono, são graves delitos da força que deveria
manter a ordem e o direito no Estado de Rondônia.
Não pode se permitir às forças policiais continuar com esta operação na área, e os responsáveis deverão ser responsabilizados por todas as violências que estejam acontecendo.

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