Conflito Seringal Belmont é julgado no Tribunal Popular da Cop do Povo em Belém
TRIBUNAL POPULAR – COP DO POVO – BELÉM 13 DE NOVEMBRO DE 2025
CASO DO SERINGAL BELMONT
Acusações da Promotoria:
1 - Acuso por descaso o INCRA de Rondônia de deixar parado desde
2008, por 15 anos, a discriminatória, sabendo que a Gleba Belmont Terra Pública,
dando pé a grilagem da área, como os servidores fundiários do INCRA, que
homologaram um georreferenciamento irregular da área que estava em litígio
judicial.
2 - Acuso aos responsáveis do INCRA no governo Bolsonaro,
que nuca atenderam as demandas dos posseiros do Seringal Belmont, e aos
responsáveis atuais, onde apenas conseguiram resultados depois de ocupar o
prédio da autarquia, porém ainda hoje reclamam a falta de relatórios técnicos,
atrasando os processos, com pendências sobre as vistorias técnicas realizadas
na ocupação atual.
3 - Acuso de irregularidades ao Cartório de Registro
Imobiliário, que aumentou o tamanho do e registrou o Título da terra da empresa
imobiliária que se diz dona da área.
4 - Acuso a Magistrada de Porto Velho, que em plena pandemia
concedeu a liminar de reintegração de posse, despejando as famílias sem direito
a defesa, deixando destruir roças e moradias, os deixando na rua expostos e sem
alimento, vindo alguns a cair em depressão, outros se refugiando em casas de
parentes, e outros passando fome, morrendo doentes, um deles depois de ficar
pedindo pelos sinais da cidade.
5 - Acuso a empresa autora do processo de agir com violência,
contratando milícias armadas, atacando com violência de noite as famílias num
ataque noturno, onde foram torturadas, onde morreram queimados animais de
estimação, e por pouco crianças que estavam dormindo na rede.
6 - Acuso a Polícia Militar de Porto Velho, que depois de
ser suspensa a ordem judicial, em vez de perseguir os pistoleiros que agiam abertamente
e ameaçavam o acampamento, expulsaram de forma arbitrária as famílias e depois
não os deixaram acampar na chácara cedida por um vizinho.
7 - Acuso as autoridades da Prefeitura de Porto Velho, que
deixaram as famílias em situação de extrema vulnerabilidade acampadas frente do
INCRA por meses, no período da chuva, prestando mínima assistência e depois
fecharam os banheiros e a água do Parque e cortaram a luz e tentaram despejar o
acampamento.
8 - Acuso o Governo Estadual pela inexistência do Programa
de Proteção de Defensores de Direitos Humanos e acuso ao Programa Federal de
Proteção, porque a liderança que foi atingida em setembro de 2025 por nove
disparos, no quarto intento de assassinato, nunca tinha sido incluída no Programa
de Proteção (PPDH) apesar de ter sido pedido em 2021.
9 - Acusamos aos fazendeiros vizinhos, aos Oficiais de
Justiça e a Polícia Militar que atrapalharam o retorno dos acampados do
Seringal do Belmont as suas posses, desobedecendo duas decisões judiciais
ordenando o seu retorno.
10 - Acusamos à Comissão de Conflitos Fundiários do TJ RO de
tentar uma mediação desigual, ignorando a situação das famílias acampadas e em
situação de extrema vulnerabilidade.
11 - Acusamos ao Desembargador do TJ RO que cancelou
arbitrariamente o cumprimento de duas ordens judicias favoráveis ao grupo de
famílias despejadas.
12 - Acusamos os advogados da parte contrária por
desobedecer às decisões judiciais e construir uma casa na área de litígio, e
depois hipotecar no banco a terra em disputa.
13 - Acusamos a Polícia Civil de Rondônia de nunca ter
esclarecido nem preso autores, nem mandantes do assassinato da liderança João
Teixeira Souza, o Mineiro, assassinado em 07 de Outubro de 2024, que continua
na impunidade, assim como até agora o intento de assassinato da liderança que
resultou atingida pelo atentado de setembro de 2025, e que continua em extremo
risco de vida.

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