Ameaças, torturas e prisões em Machadinho do Oeste, Rondônia.


Um verdadeiro Terror de Estado parece ter se desencadeado em Machadinho do Oeste, município situado na fronteira do Mato Grosso, a 221 km de Porto Velho. O foco de tensão continuam sendo os distritos de Estrela Azul e o distrito de Tabajara, onde o Grupo di Gênio conseguiu liminar de reintegração de posse e posterior interdito proibitório de um conflomerado de fazendas, conhecidas como Fazenda Maroins, de 39.000 hectares.

Após a decisão judicial se despejo e interdito proibitório, que as deixou em situação de extrema vulnerabilidade, 440 famílias estão vivendo as últimas semanas uma situação desumana, de perseguição e verdadeira caçada humana.

Assim, alguns acampados tem relatado graves ameaças de morte de policiais locais, que ameaçaram a  morte deles, assim como mataram dois irmãos em circunstâncias suspeitas: "Já matamos dois, o próximo será você".



Outro morador, que tinha conseguido se deslocar até Machadinho, relatou que foi agredido por um suposto policial que apertou o seu pescoço, deixando marcas, e foi ameaçado para obter informações: "queremos os peixes grandes"  teriam falado para ele. A casa onde está residindo agora está sendo vigiada. 

Ainda, ontem sexta feira 29 de novembro, diversas viaturas da PM em Estrela Azul, segundo relatos recebidos, pararam em algumas casas, onde entraram sem ordem judicial, e ameaçaram menor de 16 anos com uma faca no pescoço, maltratando mulheres e crianças de até cinco anos. 

... foi a maior opressão, aí teve um deles que colocou um canivete que eles usam, um punhal no pescoço do meu filho. (0:30) Colocou a ponta do punhal e falou pra ele que é pra ele ficar esperto, xingou ele ir devagar, levantou o queixo dele com um punhal, meu filho de 16 anos. (0:43) A minha criança de 5 anos, o meu outro filho de 13 anos, eles mandaram sentar de costa na parede com a mão pra trás. (0:53) ... foi a maior humilhação da minha vida que eu passei. (0:58) O meus filhos, vendo aquela cena todinha, teve agressão lá com o rapaz, o outro rapaz, xingar a gente, quebrar o meu guarda-roupa, entrar dentro da minha casa sem mandato de prisão, (1:13) falou que é eles que faz a lei aqui, tocar o terror ontem.

 (0:00) Sim, ó, com o D... não algemarão, mas foi muito agressivo, verbal, entendeu, não é? (0:11) Falou que ele não colaborasse com eles e ia dar uns esfergão nele, entendeu, inclusive até mim. (0:19) Falou que só não dava uns esfergão na gente, por causa da criança de 5 anos. (0:25) O outro rapaz também, ele foi agredido, entrou pra dentro do quarto com os meninos, rasgou uma toalha de banho, (0:34) pegou um litro de água e levou pra fazer aquele procedimento de tortura lá.

As crianças presentes na ação policial ficaram mais traumatizadas e estariam sofrendo sequelas psicológicas e até físicas das agressões policiais.  

As denúncias relatam também como o rapaz chamado Lucas foi levado a um quarto, onde foi torturado com uma toalha na cabeça, enquanto jogavam água, vindo depois dizer que tinham descoberto uma porção de droga com ele.

Por esta abordagem que teria sido realizada com truculência e tortura, Lucas foi preso, e também Daniel Souza Oliveira, assim.como outro jovem chamado Flavio. 

No área outras duas pessoas também teriam sido maltratadas também e presas. Outro casal teria sido preso também pela manhã quando iam recolher as galinhas na área onde moravam e criavam animais, uma área de terra pública.

Todos estes fatos acontecem a menos de uma semana, após alguns servidores federais, entre eles  o próprio Ouvidor Agrário Nacional, o juiz aposentado, Leador Machado, do Ministério de desenvolvimento Agrário (MDA) e o superintendente substituto do INCRA RO, Antônio Heller, terem sido retidos e interrompidos numa reinão de mediação de conflitos, que investigava as denúncias de violência na região, com as mortes suspeitas na reintegração de posse dos dois irmão, Alex e Alessando Santana, numa verdadeira operação que parece ser destinada a aterrorizar todos os moradores da região e que já está sendo investigada pelo próprio Ministério Público Federal. 

Os mesmos policiais que ameaçam os acampados cercaram eles no dia 29/11/25

Há relatos de interveção de pessoas ligasdas ao movimento de Invasão Zero nestes fatos e outros acontecidos no Distrito do 5o BEC, também em Machadinho do Oeste.

Segundo os moradores da região, viaturas continuam patrulhando a região, perseguindo e caçando os acampados, apesar de que nenhum deles permanece na área reintregradas, entrando inclusive sem órdem judicial nas casas da vizinhança onde permanecem escondidos e no mato, impedidos de voltar as suas posses, e até de cumprir a medida judicial de interdito proibitório, de ficar a mais de 60 km da fazenda. O que inclui mesmo até a cidade de Machadinho do Oeste. 

A situação de extrema vulnerabilidade das famílias, de perseguição e criminalização das mesmas temsido denunciada ao plantão da Defensoria, do Ministério Público de Machadinho, Ministério Público Federal, Ouvidoria Agrária Nacional, Conselho Nacional de Direitos Humanos e Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura. 

Menos procura atendimento médico após agressão.


Segundo especialistas, o procedimento policial com violência e tortura anula o flagrante da denúncia, apesar disso, tanto Daniel como Lucas forma presos preventivamente ontem 29/11 na audiência de custódia.


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