Polícia leva carro de agricultores em Machadinho.
Agricultores denunciam
apreensão irregular de carro em Machadinho do Oeste RO
Membros do Acampamento Ipê do
Distrito de Tabajara, em Machadinho do Oeste, Rondônia, denunciam que terça
feira, dia 19 de novembro de 2024, a polícia levou às h10,20 um carro propriedade
deles, que estava estacionado na Linha 01 Ramal Jatuarana 02 de Novembro.
As h14 cinco membros do Acampamento foram denunciar o sumiço do carro na UNISP de Machadinho do Oeste, mas segundo eles, os policiais militares, alguns já muito conhecidos dos acampados, os maltrataram verbalmente, ameaçaram e acusaram de forma infundada que o carro estava na invasão duma área da fazenda Maroins, tendo a polícia civil de plantão se negado a lavrar Boletim de Ocorrência do sumiço do carro.
Os membros do Acampamento Ipê
desmentem várias informações aparecidas na mídia local os incriminando. Nas
fotografias divulgadas pela Força Tática da PM apenas aparecem na roça
apreendendo ferramentas de trabalho, como plantadeiras e semente de arroz. Os acampados acreditam ser uma manobra para tentar os criminalizar e prejudicar, alegando
falsamente o carro estar dentro da área que demandam para reforma agrária.
Ainda, alegam, um carro
estacionado por um morador numa estrada não pode ser apreendido de forma
arbitrária por uma patrulha da polícia. Eles marcaram o ponto de localização
onde estava o carro, uma via pública, o qual não caracteriza nenhuma conduta
ilícita, nem o fato de terem nele recibos de compra e venda de produtos.
Esta área é reivindicada pelo
Acampamento Ipê para reforma agrária. O passado dia 11 de novembro servidores
da autarquia estiveram no local com carro oficial fazendo um levantamento situacional.
As famílias estão morando numa chácara de propriedade deles mesmos.
Em audiência pública este ano, representante do grupo citaram que
alguns companheiros foram vítimas de prisões indevidas por parte da polícia da
região em diversas ocasiões. Destacaram que a área é monitorada diariamente por
segurança privada e policiais, evidenciando um ambiente de constante tensão e
ameaça. Há filmagens que comprovam as violências sofridas dentro da área,
incluindo o histórico de incidentes envolvendo a polícia local.
Também denunciaram o assassinato duma liderança do acampamento, o que demonstra
a gravidade da situação e o perigo enfrentado pelos residentes do acampamento. Em
efeito, José Carlos dos Santos, de 54 anos, foi recebido a tiros depois de
assistir ao culto numa igreja e assassinado violentamente por 31 disparos de
arma, na localidade de Theobroma RO, no dia 13 de outubro de 2023, enquanto a
esposa dele também resultou baleada na perna.
Em agosto deste ano de 2024 um grupo de encapuçados, protegido por
numerosos capangas armados, teriam destruído mais de dez casas e roças, realizando
barreiras nas estradas e incendiando a região. Agora os acampados estão sendo
acusados da devastação. Enquanto as
patrulhas policiais parecem ter a repressão dos pequenos agricultores como
único objetivo.
Ao final, pistolagem, suposta grilagem de milhares de hectares de
terras públicas, exploração de madeira, despejo de centenas de famílias,
destruição de casas, roças, perseguição de pequenos agricultores, e incluso
assassinato... Formam parte das acusações das famílias acampadas deste tenso
conflito, envolvendo o que segundo eles são áreas públicas, acrescentadas
irregularmente ao latifúndio da Fazenda Maroins, que em total somam mais de
10.000 hectares, dos herdeiros de João
Carlos di Genio, fundador de um dos maiores grupos de educação privada no país,
o Unip/Objetivo, que morreu em 12 de fevereiro de 2022 em São Paulo aos 82
anos.
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