Acampados de Machadinho denunciam incidentes e milícias armadas



Grupo de 150 famílias do Acampamento Ipê localizado em Machadinho D'Oeste, próximo ao distrito de Tabajara, tem denunciado para a Comissão Pastoral da Terra e a Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Estado ter sido atacados por disparos o dia 29 de Julho e terem tido as moradias do acampamento invadidas sem ordem judicial por um grupo de policiais sem identificação. Eles ocupam um alqueire de terra adquirido em propriedade por eles mesmos, nas proximidades duma extensa área da Fazenda Meruin, que reivindicam pacificamente para reforma agrária.


Ainda, representantes do referido acampamento têm relatado para a Comissão Pastoral da Terra que estão sofrendo ameaças de morte de supostos policiais civis e militares, dirigidas também em geral a todos os acampados.

Eles relatam que no dia (04) quatro de (08) agosto de 2023, as nove horas(09:00), chegaram alguns policiais de farda e armamento oficial, porém sem identificação, e invadiram o acampamento sem apresentar nenhuma justificativa, nem mandado judicial, adentraram dentro do acampamento e das moradias das pessoas, reviraram panelas, comida e pertences, mantendo todos os presentes sentados em locais diferentes e em grupos separados, ameaçando os mesmos se continuar no acampamento.

Outra situação no dia 29 de julho de 2023 "aconteceu quando estávamos indo trabalhar passando pelas picadas laterais dos lotes, fomos surpreendidos por tiros, foram vários disparos de armas de fogo em nossa direção".

Não foram realizados BO destas ocorrências por medo dos policiais supostamente envolvidos nos incidentes, mas foram relatadas em reunião virtual em presença do seu advogado e da Ouvidora Externa da Defensoria Pública, Dra. Amanda  Michalski e diversos agentes pastorais da CPT RO.

Um dos suspeitos reconhecidos seria um policial civil de Machadinho, que manifestou ter sido contratado e ter recebido arrendada uma área da Fazenda Meruin, mantendo tratores e outras máquinas trabalhando na área que os acampados está reivindicando no INCRA para reforma agrária. O tal se diz o responsável e com a posse da área em questão, e disse comandar uma milícia armada particular, integrada supostamente por outros agentes públicos.

Esta suposta atuação irregular tem sido comunicada ao Ministério Público da Comarca de Machadinho e as Corregedorias Civil e Militar de Rondônia, para que investigue a suposta invasão irregular do acampamento, e as suspeitas de participação de policiais militares na milícia armada que disparou contra os mesmos. Também tem solicitado proteção para as famílias, em particular crianças e idosos, assim como sobre as ameaças dirigidas a algumas pessoas.

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