Em Rondônia morreu Paulo Aporete, patriarca indígena puruborá.
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O povo puruborá, que era dado por extinto, renasceu em parte, graças ao esforço do Dr Gil, da Pastoral Indigenista da Diocese de Guajará Mirim, e o apoio do Conselho Missionário Indigenista de Rondônia (CIMI). Eles que trouxeram a Rondônia a carioca especialista em linguística Ruth Monserrat, para. ouvir os últimos falantes da língua indígena puruborá, em casa de Dona Emília, patriarca puruborá que com a família dela nunca saiu do território originário na Br 429, entre Seringueiras e São Francisco do Guaporé.
O Dr. Gil lembra que Paulo era o último dos Puruborá que conheceu a vida na Colônia 3 de Maio (até 1949) dirigida por José Felix do Nascimento, servidor do SPI colocado por Rondon a frente da Terra Indígena Puruborá e que ele explorou como seringalista.
Sem a memória de Paulo Aporete e a dedicação dos professores indígenas da Aldéia Aperoy, hoje a língua indígena puruborá, da família linguística puruborá, de tronco tupi, estaria praticamente extinta em Rondônia.
“Convém esclarecer inicialmente que a língua puruborá é dada como língua morta: na verdade, os trabalhos linguísticos que puderam ser feitos, limitam-se a listas vocabulares e a poucas frases. Não há mais falantes que possam utiliza a língua como forma de comunicação plena. O único sobrevivente que ainda conserva, bem precariamente, a memória lexical da língua, é Paulo Aporeti, um idoso de cerca de 90 anos, enfermo e enfraquecido. É nele que se apoia, em seu desejo de aprender a língua de seu povo (no que ainda for possível) e de ensiná-la às crianças, o jovem Professor da língua materna, (...). Ele tem fé, ele tem esperança de que ainda é possível, sim, voltar a falar em puruborá”. (Ruth Montserrat)
"Em 2001, eram nove anciãos, seis dos quais ainda lembravam algumas palavras e frases em Puruborá. Entre 2001 e 2013, faleceram cinco dessas pessoas. O corpus maior do trabalho de resgate de informações em Puruborá foi realizado com a participação efetiva de dois dos membros mais idosos do grupo, Sr. Paulo Aporete Filho e Sr. José Evangelista Puruborá (Sr. Nilo). Esses dois anciãos com melhor domínio da língua Puruborá são responsáveis por quase 100% das informações disponíveis da língua."
Em todo caso, a memória e o legado de Paulo Aporete é fundamental para a retomada do Povo Indígena Puruborá, após a recente criação do Grupo de Trabalho da Funai, que deve estudar os fundamee antropológicos e históricos de sua ocupação imemorial, e ainda sofre constantes ameaças de vida.
Com políticos perseguindo seus direitos e apoiando os grileiros, que criminosamente invadem e devastam as florestas dos seus territórios tradicionais.
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